quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Jean Piaget

"O principal objetivo da educação é criar indivíduos capazes de fazer coisas novas e não simplesmente repetir o que as outras gerações fizeram.

O renomado psicólogo, Jean Piaget


Um dos mais importantes pesquisadores de educação e pedagogia, Jean Piaget nasceu na cidade de  Neuchâtel (Suíça) em 9/08/1896 e morreu em 17/9/1980. Especializou-se em psicologia evolutiva e também no estudo de epistemologia genética. Seus estudos sobre pedagogia revolucionaram a educação, pois derrubou várias visões e teorias tradicionais relacionadas à aprendizagem.
Foi morar na cidade de Zurique em 1918, onde trabalhou num laboratório de psicologia e estagiou numa clínica de psiquiatria. Estudo psicopatologia na Universidade de Sorbonne na França.
Piaget fez pesquisas sobre as características do pensamento infantil com crianças francesas e também com deficientes mentais. No ano de 1921 escreveu suas primeiras teorias pedagógicas. Foi diretor do Instituto Jean-Jacques Rousseau na Suíça e lecionou  psicologia infantil na Universidade de Genebra.
As ideias de Piaget estão presentes em diversos colégios do mundo todo. Suas teorias buscam implantar nos espaços de aprendizagem uma metodologia inovadora que busca formar cidadãos criativos e críticos. De acordo com suas teorias, o professor não deve apenas ensinar, mas sim e antes de tudo, orientar os educandos no caminho da aprendizagem autônoma. 



De acordo com Piaget, o desenvolvimento cognitivo é um processo de sucessivas mudanças qualitativas e quantitativas das estruturas cognitivas derivando cada estrutura de estruturas precedentes. Essas construções seguem um padrão denominado por Piaget de ESTÁGIOS que seguem idades mais ou menos determinadas. Todavia, o importante é a ordem dos estágios e não a idade de aparição destes.
 
 

 



Lev Semenovitch Vygotsky

"O único 'bom aprendizado' é o que é para o avanço do desenvolvimento."

Lev Vygostky


Lev Semenovitch Vygotsky nasceu em 1896 em Orsha, pequena cidade perto de Minsk, a capital da Bielo-Rússia, região então dominada pela Rússia (e que só se tornou independente em 1991, com a desintegração da União Soviética, adotando o nome de Belarus). Seus pais eram de uma família judaica culta e com boas condições econômicas, o que permitiu a Vygotsky uma formação sólida desde criança. Ele teve um tutor particular até entrar no curso secundário e se dedicou desde cedo a muitas leituras. Aos 18 anos, matriculou-se no curso de medicina em Moscou, mas acabou cursando a faculdade de direito. Formado, voltou a Gomel, na Bielo-Rússia, em 1917, ano da revolução bolchevique, que ele apoiou. Lecionou literatura, estética e história da arte e fundou um laboratório de psicologia – área em que rapidamente ganhou destaque, graças a sua cultura enciclopédica, seu pensamento inovador e sua intensa atividade, tendo produzido mais de 200 trabalhos científicos. Em 1925, já sofrendo da tuberculose que o mataria em 1934, publicou A Psicologia da Arte, um estudo sobre Hamlet, de William Shakespeare, cuja origem é sua tese de mestrado.
A obra do psicólogo ressalta o papel da escola no desenvolvimento mental das crianças e é uma das mais estudadas pela pedagogia contemporânea.
A parte mais conhecida da extensa obra produzida por Vygotsky em seu curto tempo de vida converge para o tema da criação da cultura. Aos educadores interessa em particular os estudos sobre desenvolvimento intelectual. Vygotsky atribuía um papel preponderante às relações sociais nesse processo, tanto que a corrente pedagógica que se originou de seu pensamento é chamada de socioconstrutivismo ou sociointeracionismo.


O papel do adulto


O adulto é o mediador do aprendizado da criança


Todo aprendizado é necessariamente mediado – e isso torna o papel do ensino e do professor mais ativo e determinante do que o previsto por Piaget e outros pensadores da educação, para quem cabe à escola facilitar um processo que só pode ser conduzido pelo próprio aluno. Segundo Vygotsky, ao contrário, o primeiro contato da criança com novas atividades, habilidades ou informações deve ter a participação de um adulto. Ao internalizar um procedimento, a criança “se apropria” dele, tornando-o voluntário e independente.
Desse modo, o aprendizado não se subordina totalmente ao desenvolvimento das estruturas intelectuais da criança, mas um se alimenta do outro, provocando saltos de nível de conhecimento. O ensino, para Vygotsky, deve se antecipar ao que o aluno ainda não sabe nem é capaz de aprender sozinho, porque, na relação entre aprendizado e desenvolvimento, o primeiro vem antes. É a isso que se refere um de seus principais conceitos, o de zona de desenvolvimento proximal, que seria a distância entre o desenvolvimento real de uma criança e aquilo que ela tem o potencial de aprender – potencial que é demonstrado pela capacidade de desenvolver uma competência com a ajuda de um adulto. Em outras palavras, a zona de desenvolvimento proximal é o caminho entre o que a criança consegue fazer sozinha e o que ela está perto de conseguir fazer sozinha. Saber identificar essas duas capacidades e trabalhar o percurso de cada aluno entre ambas são as duas principais habilidades que um professor precisa ter, segundo Vygotsky.

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Conhecendo David Ausubel

" A essência do processo de aprendizagem significativa é que idéias simbolicamente expressas sejam relacionadas de maneira substantiva ( não literal) e não arbitrária ao que o aprendiz já sabe. "

David Ausubel

David Paul Ausubel nasceu nos Estados Unidos, na Cidade de Nova York, no ano de 1918, filho de uma família judia pobre de imigrantes da Europa Central.
A teoria de aprendizado de aprendizado significativo [Ausubel et al, 1978] - que tem exercido uma enorme influência na educação - se baseia em um modelo construtivista dos processos cognitivos humanos. Em particular, a teoria da assimilação descreve como o estudante adquire conceitos, e como se organiza sua estrutura cognitiva. A premissa fundamental de Ausubel é ilusoriamente simples:
"O aprendizado significativo acontece quando uma informação nova é adquirida mediante um esforço deliberado por parte do aprendiz em ligar a informação nova com conceitos ou proposições relevantes preexistentes em sua estrutura cognitiva. (Ausubel et al., 1978, p. 159)"
Para David Ausubel, psicólogo da aprendizagem, o principal no processo de ensino é que a aprendizagem seja significativa. Isto é, o material a ser aprendido precisa fazer algum sentido para o aluno. Isto acontece quando a nova informação “ancora-se”  nos conceitos relevantes já existentes na estrutura cognitiva do aprendiz. 
Neste processo a nova informação interage com uma estrutura de conhecimento específica, que Ausubel chama de conceito “subsunçor”. Esta é uma palavra que tenta traduzir a inglesa “subsumer”.
 Quando o material a ser aprendido não consegue ligar-se a algo já conhecido, ocorre o que Ausubel chamou de aprendizagem mecânica (“rote learning”). Ou seja, isto ocorre quando as novas informações são aprendidas sem interagirem com conceitos relevantes existentes na estrutura cognitiva. Assim, a pessoa decora formulas, leis, macetes para provas e esquece logo após a avaliação. 
 Para haver aprendizagem significativa é preciso haver duas condições:
a) o aluno precisa ter uma disposição para aprender: se o indivíduo quiser memorizar o  material arbitrariamente e literalmente, então a aprendizagem será mecânica; 
b) o material a ser aprendido tem que ser potencialmente significativo, ou seja ele tem que ser logicamente e psicologicamente significativo: o significado lógico depende somente da natureza do material, e o significado psicológico é uma experiência que cada indivíduo tem. Cada aprendiz faz uma filtragem dos materiais que têm significado ou não para si próprio.
Para Ausebel é importante a aprendizagem de conteúdo verbal com sentido, aquisição e retenção de conhecimentos de maneira "significativa". O resultado é tão eficaz quanto a aprendizagem por "descoberta", mais efetivos por economizarem tempo do aprendiz e serem mais tecnicamente organizados. Este autor se preocupa mais no processo de instrução com a apresentação de conteúdo com sentido, do que com os processos cognitivos do aprendiz. A programação de matérias deve ser feita por meio de uma série hierárquica (em ordem crescente de inclusão), com cada organizador avançado precedendo sua correspondente unidade.
Para Ausubel), a aprendizagem não necessita necessariamente da motivação. Ela ocorre por si só. Para ele, quando se aprende algo, há uma satisfação inicial, que estimula que o ato pedagógico continue se desenvolvendo. O aspecto cognitivo é a sua maior preocupação. A motivação para ele é crescente no momento em que o aluno conhece os objetivos do ensino , que devem ser claros e relacionados com o imediato. Para ele, motivação é a própria aprendizagem.


A PRÁTICA DE APRENDIZAGEM

 


 

Jerome Bruner

" É melhor que você aja e passe alguma coisa em vez de ficar parado esperando sentir algo para então agir. "

                    
Jerome Bruner





O americano Jerome Bruner acredita que a aprendizagem é um processo que ocorre internamente e não como um produto do ambiente, das pessoas ou de fatores externos àquele que aprende. A teoria de Bruner privilegia a curiosidade do aluno e o papel do professor como instigador dessa curiosidade, daí ser chamada de teoria da descoberta. O método de Bruner prevê estruturação das matérias de ensino, seqüência de apresentação dessas matérias, motivação e reforço.
A estrutura principal da teoria Construtivista de Bruner (1966) é que a aprendizagem é um processo ativo no qual aprendizes constróem novas idéias ou conceitos baseados em conhecimentos anteriores. O aprendiz seleciona e transforma a informação, constrói hipóteses e toma decisões, contando com uma estrutura cognitiva para assim o fazer. Estruturas cognitivas (esquema, modelos mentais) dão significado e organização às experiências e permitem ao indivíduo ultrapassar o significado da informação.
A Teoria de Bruner pode ser denominada como uma teoria da categorização (Lefrancois, 1972). Ele descreve toda a atividade cognitiva humana em termos de processos envolvendo categorias. Perceber, conceitualizar e tomar decisões é categorizar. Aprender é formar categorias. Uma categoria é um conceito, pois engloba um conjunto de objetos relacionados. é também uma percepção, pois inclui as coisas percebidas pelos sentidos.
Perceber é incluir um objeto em uma categoria preexistente. Por isto, uma experiência totalmente nova para Bruner, ou não pode ser percebida na sua totalidade ou se puder, o indivíduo não pode comunicá-la. Perceber é traduzir estímulos físicos em prontidão, conhecimento ou emoção. Perceber é portanto, identificar coisas.
Mais do que categorizar, o pensamento se faz através de codificações. Portanto, o sistema de codificação é um conjunto de categorias correlatas que se organizam em uma estrutura hierárquica. O sistema se organiza de forma análoga à trama cognitiva de Ausubel.
A conseqüência mais importante para o aprendizado é que este se faz pela organização de tais sistemas. Assim, para que um aluno se lembre de um conceito, basta que ele se lembre do sistema de codificação ao qual o conceito pertence.
Mais diretamente ligado ao aprendizado é o seu conceito de aceleração (Sutherland, 1996). Opondo-se a Piaget, afirmou que era possível e necessário que o professor procurasse fazer a criança passar por todas as etapas de aprendizado o mais rapidamente possível. Aqui, a linguagem é uma das armas mais importantes para esta aceleração e deve ser suficientemente simples para a criança poder compreender, mas deverá ao mesmo tempo constituir um desafio intelectual.
Bruner acrescentou a dimensão do ensino. Se o professor intervém no ambiente de modo a que a criança viva todas as experiências adequadas, aumenta a probabilidade da realização de seu pleno potencial.
O currículo em espiral é outro conceito relevante para a aprendizagem e ensino. Bruner argumenta que para trabalhar um dado conceito, o professor não deve aguardar uma fase específica de desenvolvimento. Ao contrário, deve fazê-lo o mais precocemente possível.
Bruner (1986, 1990), em seu mais recente trabalho ampliou seus estudos com as dimensões sociais e culturais da aprendizagem.